terça-feira, 24 de maio de 2011

Música Brasil

A música é uma linguagem popular, é a maior forma de expressão, que abrange e atinge todas as pessoas. Ela é a responsável por tocar os sentimentos e fazer com que o entusiasmo e a melancolia se transformem em algo eterno e inexplicável. Dou à música o significado de libertação. Incrivelmente toca a alma e com certo cuidado nos leva a demonstrar fisicamente aquilo que nos está guardado.
É responsabilidade do músico, ser sincero com sua arte. É lindo ver e ouvir a verdade que vem de um instrumento, inclusive e principalmente a voz. Presente nos amores, desilusões, fé, sacanagem, revoltas... tudo isso é forma de expressão, e com certeza atinge mais facilmente o público do que por exemplo uma matéria em um jornal. Incrivelmente grandes composições não necessitam de letra para revolver com nossas sensações, basta a melodia, o conjunto harmonioso de instrumentos, originando sons que transmitem fortes sentimentos.  Me pego às vezes ouvindo orquestrações e o coração naturalmente bate mais forte, mais fraco, mais triste ou alegre. A arte do som, fascinante arte do som que faz com que poucas notas se tornem infinitas.
Atingindo facilmente a população, a mídia deveria tentar mostrar música boa e de qualidade, não desmerecendo ao modismo, mas desejando que haja valorização do que realmente faz sentido, do que transmite valores, ressalta a cultura popular de maneira positiva e sem ofensas, a música deve sim ser uma forma de expressão, de críticas, mas não uma forma de vulgarização e exposição obscena.
 Talvez não me caiba discutir o que é bom ou não, afinal, os gostos variam de acordo com as influências da sociedade, com o capital cultural, com as amizades, com as possibilidades de cada um. Mas cabe a quem discutir isso? Cabe a quem tentar inserir na cultura dessas pessoas algo que lhes acrescente? Cabe a quem contestar?  Deixo aqui as indagações!
Às vezes eu esteja sendo inábil, pois esta pode ser a sinceridade que vem de um “músico” que escreve algo como “Sou foda, na cama de esculacho, na sala ou no quarto, no beco ou no carro”. Foi triste ver isso neste sábado, 21/05/2011, no programa global em plena tarde. Bom, já era de se esperar. É a ânsia por ibope, que excepcionalmente é trazida por isso. Esse é o gosto da maioria do publico brasileiro, penso nas mulheres que ouvem isso, curtem e não se importam, ou não possuem consciência, que estão sendo ridicularizadas, porém sem demagogia acho que encontrei o sentido disso. Nos anos 70, grandes músicos em plena ditadura militar, procuravam modos diretos ou indiretos de criticar o governo, por isso eram maltratados, mortos, queimados, eletrocutados, exilados. Com o fim da ditadura, a vinda da democracia e da liberdade de expressão as pessoas vibravam ao ouvir musicas como Roda Viva do Chico Buarque, essa foi uma das musicas mais tocadas e muito contemplada em grandes festivais. Hoje as coisas mudaram um pouco. Deve ser pela acomodação do brasileiro, facilidade em atingir a mídia com coisas tão ruins, ou simplesmente porque não se importam com isso e acham que tem mesmo é que esquecer os problemas ouvindo músicas que chamamos de envolventes, quentes, “sensuais”. Espero que não seja falta de interesse pelos problemas que passamos. Tenho que concordar, isso é Brasil, e o que estou falando não se trata apenas da música que ouvimos, mas a classe mais baixa, mais pisada pelo governo, aquela que se contenta com um salário mínimo é a que menos se importa. Agora me pergunte o que a musica tem haver com isso? Eu respondo. Ela retrata interesses, descreve perfis, demarca uma sociedade.
Hoje no Brasil ainda existem vários festivais de música, nestes festivais grandes nomes acabam se revelando, mas ficam só entre os participantes e estudiosos do tema. Seria interessante que as emissoras TOP de audiência mostrassem ao público um outro lado da música.
Enfim, não sei muito bem criticar, e não é isso que vim fazer neste blog, só que é por aqui que pretendo fazer minha parte e tentar mostrar uma forma diferente de entender a música. Essa é minha primeira postagem, com isso vou me aperfeiçoar para diversificar as postagens feitas semanalmente.
Aceito opiniões e criticas construtivas, pois se vierem discutir e criticar sem um embasamento isso não será de bom tom, agrado e acatado. Eu já sou leigo, então não estamos distantes de conhecimento. Apenas tive a idéia de fazer o blog, mas ele é aberto pra todos que querem mostrar que música não é qualquer coisa. Música não faz greve. Boa ou ruim estamos ouvindo. Bem ou mal estamos ouvindo.
Abraços. Até a próxima.